Hospital x amputação
Hoje fui visitar um parente num dos hospitais aqui da cidade. Fiquei deveras impressionada. O número de amputação de membros é assustador. A nossa cidade possui dois hospitais pertencentes a um grupo de médicos. O mesmo é referência para problemas vascular. Sempre ouvi falar mas nunca os visitei.
Chegando lá a mulher do meu cunhado que o acompanha numa pequena cirurgia de úlcera varicosa me falou que, nas dez cirurgias de amputação realizadas hoje, duas mulheres não resistiram e vieram a óbito.
Como explicação para isso, considero o descaso dos poderes públicos e a insensibilidade do Congresso Nacional que só discute e aprova projetos que os beneficiam. Existe em tramitação há cerca de seis anos uma emenda constitucional a Emenda 29, que destina recursos á saúde, e dorme nas gavetas.
Mas eu paro também para pensar num problema que é ainda maior. Se aumentar o dinheiro da saúde, falta acompanhamento para a gestão dos recursos. Porque na verdade foi criado no Brasil um sistema de conselhos setoriais. Consiste unma instancia paritária, onde os conselheiros representantes dos segmentos deveriam acompanhar e definir a aplicação das verbas. Coisa que não acontece, pois os gestores municipais, estaduais e federal, ditam às regras. Os conselhos discutem, definem, aprovam e no final das contas o gestor faz o que lhe dá na teia.
Então fica difícil, existe a lei, mas não é cumprida.
Resumindo, as amputações creio eu, não acontece aqui, mas por todo esse Brasilzão. Fazer o que?
Talvez a amputação mais grave é a falta de educação, a falta de participação consciente da população nas questões políticas. Talvez a maior amputação da sociedade seja a corrupção, o desmando, o autoritarismo e a sua própria alienação. Será que conheceremos uma realidade diferente algum dia?
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