sábado, 23 de abril de 2011

Minha querida professora




Estudei sempre em escola paroquial, principalmente nos primeiros anos da minha vida. Lembro da dona Lia, que me ensinou as primeiras letras e também o catecismo. Foi ela que pegando na minha mão me ensinou a fazer o “pelo sinal’ – termo usado para se benzer. E nisso fui aprendendo a ler e escrever, mas sem ser oficial. Só no final do ano apareciam umas moças de outra cidade, acredito que da prefeitura. Elas faziam uma arguição oral, determinando a passagem de ano.
Chegando a quanta série fui estudar numa escola estadual. Qual não foi a minha surpresa. Estava surgindo, eu acho, a matemática moderna. Eu não conseguia entender nada. Lembro de um problema que dizia o seguinte: um tanque fica cheio com uma torneira derramando tantos litro d’agua e tal. Alguns ou a maioria, logo respondiam e calculavam,  eu não entendia e nem perguntava a professora e nem ela notava. Terminei esse ano não sei como, mas sem saber de nada.
No outro ano tive como professora exatamente a que sinto muita saudade. Uma professora negra, dona Angelita. Gostaria de encontrá-la, não sei se ainda vive na referida cidade. Essa sim, conseguiu me ensinar, quer dizer a toda turma, tudo. Digo tudo, porque os ensinamentos dela e a sua metodologia, eram simplesmente encantadora. Em português, tudo que aprendi àquela época não esqueci nada, também todas as matérias. A prova disso é que não tive dificuldade de passar no admissão ao ginásio, que considero o vestibular de hoje. Pois sem passar nele era impossível cursar o primeiro grau.
Então a grande saudade minha e o reconhecimento a querida professora dona Angelita. Onde quer que ela esteja, se neste plano ou em outro, a minha homenagem e agradecimento.

Com a morte onde será que ficamos e permanecemos



Sempre acreditei que as pessoas morriam e de onde passavam a viver, viriam tudo que se passa no plano humano. Porém a partir de ontem quando tive um sonho estranho fiquei a questionar minha posição anterior.
Minha mãe fez a passagem para outro plano há onze anos, sempre achei que acompanhava tudo da família. Até cheguei a conversar com a foto dela e comentando sobre alguns acontecimentos familiares.
Pois bem, na semana passada sonhei com ela, onde eu chegava na casa que vivíamos na minha infância. Eu já era crescida, mas ela e minha avó estavam conforme naquela época. Até os móveis permaneciam. As atitudes da minha avó eram idênticas.
Ontem à noite o sonho mudou de figura. Minha mãe aparecia igual que quando estava neste plano, porém, acompanhada de uma sósia, igualzinha  só que bem pequena. Com um detalhe, não me conhecia. Nesse ínterim, meu filho estava comprando um monitor, em vida ele adorava-a. No sonho ignorava-a. Convidei para ir comigo levá-la à cidade que morava em vida e ele se recusou.
Ainda no sonho eu chegava a uma casa estranha,  encontrava minha cunhada, cujo marido meu irmão já morrera há onze anos. Ela estava com duas crianças gêmeas nos braços. Sendo que esses gêmeos hoje estão com trinta e sete anos, e estava tal qual eram quando recém nascidos.
Enfim, será que a alma é realmente imortal? E com o tempo não mais se ligam às raízes? Na verdade existem mais mistérios entre o céu e a terra que os nossos sentidos humanos não conseguem compreender.              

segunda-feira, 18 de abril de 2011

O PERIGO DO FILHO ÚNICO


O PERIGO DO FILHO ÚNICO

Na nossa sociedade estamos com algumas manias, ou seja, vive-se de imitar os outros, com exceção, é  claro.
Na China sabemos do problema sério do controle da natalidade, através do programa “filho único”, se for homem tudo bem se for mulher, chama-se um problema para o casal.
Sim, mais no nosso país como está essa questão. Os casais geralmente não querem filhos, quando têm é um só. Então ai é que reside o perigo. Com o advento da mulher no mercado de trabalho, o filho é sempre criado por outra pessoa, secretária, avó etc.
Mas os pais para compensar a ausência e por força da consciência pesada geralmente compensam com a oferta de tudo de material que existe, desde um computador, vídeo game etc. É nessa atitude que o problema se desenha. Essa criança não recebe nenhum tipo de limite, para feri-lo, e para que não se traumatize, pois já vive sozinho, o bichinho.
Quando cresce um pouco, vamos colocar na escola, um ou dois anos já é colocado pra estudar. Depois matricula na natação, no inglês, no balé, em tudo que der status.
Considerando que essas atividades preenchem todo o tempo do menino ou menina. Mas onde é que está a criatividade da criança¿ Oferecem tudo pronto. Penso que necessário se faz de uma reflexão nesse sentido.
No meu tempo as crianças criavam suas próprias brincadeiras. Bola de pano, pega pega, anel, boneca, laia, queimado, esconde esconde etc. Acho que isso aflora a inteligência e a criatividade. Não é àtoa que hoje a obesidade aflora nas crianças e jovens pela vida sedentária. Então vamos deixar nossas crianças pisar no chão do parque, deitar na grama e tudo que a criança tem direito.

A morte é certeza, mas a idade não....


Sêneca no seu livro “Aprendendo a viver” foi muito feliz ao afirmar: “É triste, porém, ter a morte diante dos olhos”, dizes. Em primeiro lugar, tanto velhos a têm diante dos olhos quanto os jovens. Não somos chamados de acordo com a idade e além disso, ninguém é tão velho que não possa esperar mais um único dia. Um único dia é o tamanho da vida.
Diante dessas afirmativas, nos remetemos às nossas vidas e de nossos entes queridos. Com certeza cada um de nós já participamos da partida de alguém querido.
Para nós significa uma grande incógnita. Algumas religiões afirmam algumas idéias que convence a uns, outros não. O certo é que este dia virá a qualquer um de nós independente da idade, cor, condição social ou credo, é a única certeza de algo concreto.
Mas eu gostaria de me ater a uma  deixa do Seneca acima citado – um único dia é do tamanho da vida. Esta afirmativa nos mostra quanto pode acontecer nas nossas vidas, num único dia. Lembro até um fato histórico, o dia D, dia em que as nações se reuniram e decretaram o fim da trágica II Guerra Mundial, que ceifou milhares de vida. Então um dia teve um grande significado. Temos aqui o dia Fico, o trágico 31 de março. Mas temos o dia em que os brasileiros foram anistiados e tiveram o direito de voltar do exílio. Enfim se fôssemos citar fatos da história nos alongaríamos. Mas na nossa vida, se consultarmos nossa memória desde a tenra infância, tivemos muitos dias significativos com certeza.
Pois bem como o título está direcionado à morte, não nos atemos a ela, vivamos nossa vida praticando o bem, ajudando o próximo e sempre praticando o correto, dessa forma teremos um bom final de vida.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Contando a história


                                                                 
                                      Como apresentadora de dois programas: A voz da mulher e o Conselho de Saúde é Notícia. No primeiro que discutia vários assuntos ligados à cidadania. E o segundo foi quando coordenei o CMS (Conselho Municipal de Saúde) do município, com o intuito de divulgar as ações e as responsabilidades dos usuários.
Ouvindo algumas das gravações, chamou-me a atenção e resolvi partilhar no recanto, foi a entrevista com um senhor que viveu ainda criança a primeira luta pela reforma agrária do Brasil, as ligas camponesas de Galiléia, em Vitória de Santo Antão nos anos cinqüenta.
Neste programa de rádio a que me refiro, no finalzinho do século passado estava comemorando quarenta e poucos anos da luta. O senhor Zito de Galiléia, que me deu a entrevista, era neto de um dos líderes, Sr.  Zezé de Galiléia.  Só para acrescentar o senhor Zito faz palestras nas faculdades locais sempre que é solicitado. Trata-se de uma história que é pouco citada no nosso país. Um dos líderes que enfrentou a assessoria aos trabalhadores foi o deputado à época, por Pernambuco, Francisco Julião.
As dificuldades eram inúmeras, a fome campeava e o dono das terras não apoiava em nada os moradores do seu engenho. Um detalhe me chamou atenção entre tantas citações, as pessoas que faleciam, fosse criança ou adulto, não tinham o direito de serem enterrados. A cidade fica a uns cinco quilômetros, porém comprar um caixão nem pensar, pois não existia dinheiro. O prefeito resolveu confeccionar dois ataúdes, um infantil e um adulto. O corpo era levado ao cemitério, onde era despejado o corpo numa vala e devolvia à prefeitura para os próximos que viessem a falecer.
Conseguiram na organização inicial fundar uma associação para fortalecer a luta. Convidou o proprietário do engenho para presidir a citada associação, estratégia essa que fez com que o mesmo desistisse logo em seguida. Pois era uma forma de também comprometê-lo no processo.
E foram muitas mortes e perseguições, mas como todos sabem foi uma luta vitoriosa servindo inclusive para que a Reforma agrária fosse mais discutida no país, apesar de que o formato que está colocada hoje serve para muitas reflexões.