Estudei sempre em escola paroquial, principalmente nos primeiros anos da minha vida. Lembro da dona Lia, que me ensinou as primeiras letras e também o catecismo. Foi ela que pegando na minha mão me ensinou a fazer o “pelo sinal’ – termo usado para se benzer. E nisso fui aprendendo a ler e escrever, mas sem ser oficial. Só no final do ano apareciam umas moças de outra cidade, acredito que da prefeitura. Elas faziam uma arguição oral, determinando a passagem de ano.
Chegando a quanta série fui estudar numa escola estadual. Qual não foi a minha surpresa. Estava surgindo, eu acho, a matemática moderna. Eu não conseguia entender nada. Lembro de um problema que dizia o seguinte: um tanque fica cheio com uma torneira derramando tantos litro d’agua e tal. Alguns ou a maioria, logo respondiam e calculavam, eu não entendia e nem perguntava a professora e nem ela notava. Terminei esse ano não sei como, mas sem saber de nada.
No outro ano tive como professora exatamente a que sinto muita saudade. Uma professora negra, dona Angelita. Gostaria de encontrá-la, não sei se ainda vive na referida cidade. Essa sim, conseguiu me ensinar, quer dizer a toda turma, tudo. Digo tudo, porque os ensinamentos dela e a sua metodologia, eram simplesmente encantadora. Em português, tudo que aprendi àquela época não esqueci nada, também todas as matérias. A prova disso é que não tive dificuldade de passar no admissão ao ginásio, que considero o vestibular de hoje. Pois sem passar nele era impossível cursar o primeiro grau.
Então a grande saudade minha e o reconhecimento a querida professora dona Angelita. Onde quer que ela esteja, se neste plano ou em outro, a minha homenagem e agradecimento.
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