Como apresentadora de dois programas: A voz da mulher e o Conselho de Saúde é Notícia. No primeiro que discutia vários assuntos ligados à cidadania. E o segundo foi quando coordenei o CMS (Conselho Municipal de Saúde) do município, com o intuito de divulgar as ações e as responsabilidades dos usuários.
Ouvindo algumas das gravações, chamou-me a atenção e resolvi partilhar no recanto, foi a entrevista com um senhor que viveu ainda criança a primeira luta pela reforma agrária do Brasil, as ligas camponesas de Galiléia, em Vitória de Santo Antão nos anos cinqüenta.
Neste programa de rádio a que me refiro, no finalzinho do século passado estava comemorando quarenta e poucos anos da luta. O senhor Zito de Galiléia, que me deu a entrevista, era neto de um dos líderes, Sr. Zezé de Galiléia. Só para acrescentar o senhor Zito faz palestras nas faculdades locais sempre que é solicitado. Trata-se de uma história que é pouco citada no nosso país. Um dos líderes que enfrentou a assessoria aos trabalhadores foi o deputado à época, por Pernambuco, Francisco Julião.
As dificuldades eram inúmeras, a fome campeava e o dono das terras não apoiava em nada os moradores do seu engenho. Um detalhe me chamou atenção entre tantas citações, as pessoas que faleciam, fosse criança ou adulto, não tinham o direito de serem enterrados. A cidade fica a uns cinco quilômetros, porém comprar um caixão nem pensar, pois não existia dinheiro. O prefeito resolveu confeccionar dois ataúdes, um infantil e um adulto. O corpo era levado ao cemitério, onde era despejado o corpo numa vala e devolvia à prefeitura para os próximos que viessem a falecer.
Conseguiram na organização inicial fundar uma associação para fortalecer a luta. Convidou o proprietário do engenho para presidir a citada associação, estratégia essa que fez com que o mesmo desistisse logo em seguida. Pois era uma forma de também comprometê-lo no processo.
E foram muitas mortes e perseguições, mas como todos sabem foi uma luta vitoriosa servindo inclusive para que a Reforma agrária fosse mais discutida no país, apesar de que o formato que está colocada hoje serve para muitas reflexões.
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