Hoje quinze de março se tivesse viva minha Zefinha querida, completarias oitenta e um anos. Essa seria uma data em que com certeza não contarias a ninguém , pois a idade sempre te incomodou. Mas hoje minha mãezinha, quero te prestar esta homenagem através deste espaço onde muitos amigos e amigas compartilharão comigo esse sentimento de saudade.
Como sou grata a ti pela tua dedicação a mim, claro que também aos meus irmãos, mas neste momento sou eu que me dirijo. Como lembro! A forma que me criasse, dando completa autonomia para decidir meu ir e vir. Não lembro de nenhuma censura nos meus atos, claro que nunca violei tua confiança. Sabias como tinha me preparado.
Zefinha, era assim que eu te chamava carinhosamente, como lembro da tua preocupação com os meus filhos. O Emanoel construiu a personalidade junto contigo. Sabias como incentivá-lo a ser honesto, nunca baixar a cabeça para quem o agredisse mas enfrentasse as dificuldades dentro da razão. Até hoje eu percebo nele atitudes que claramente lembra a ti.
Sei que fostes mãe e pai, pois a tua separação aconteceu quando eu tinha apenas três anos, deve ter sido tão traumática que ainda hoje lembro de alguns episódios, coisa que não é comum a criança nessa idade. A tua luta pela sobrevivência e de três filhos, numa época onde não havia justiça para garantir a responsabilidade do pai. Mas correstes atrás e sobrevivemos. Te considero uma heroína, sempre vou achar isso, não foi fácil. Comecei trabalhar cedo, mas não fez com que me sentisse oprimida ou explorada, até porque, fui por decisão minha e tu respeitastes.
Minha Zefinha hoje quero te dizer do meu apreço ao tempo em que estivesses conosco como uma rocha, sabias resolver questões que hoje eu sinto a tua falta. Nada de assustava e uma palavra de ânimo nunca te faltava e dura quando preciso fosse.
Meu abraço e minha saudade, com a certeza de que está junto de Deus intecedendo por cada um de nós. Sei que esta carta não vai chegar a tua mão por via correio, email ou outro qualquer meio, mas vai direto ao teu coração, lá num local onde nós humanos não conseguimos ainda desvendar.
Beijo minha mãezinha Zefinha!
Da sua filha querida – Maria do Carmo
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