Lendo o jornal como faço todos os dias e principalmente o de domingo, me chamou a atenção uma coluna sobre a sustentabilidade. E a colunista do Diário de Pernambuco, Júlia Kacowicz, lançou um desafio e ela mesma pôs em prática. É o seguinte: se vira nas dez, que é exatamente usar durante trinta dias apenas dez peças de roupas. Inicialmente ela fez umas contas e visitou o guarda roupa, inicialmente ela imaginou dezenove roupas, mas o desafio era dez. Primeiro selecionou colares e cintos que estavam esquecidos e com isso fez o figurino. E hoje ela apresentou o resultado do desafio, inclusive já estava tão adaptada que queria continuar ignorando que acabara o prazo. Ela se virou mesmo nas dez.
Mas esse exemplo é muito forte para avaliarmos tamanha é a nossa capacidade de esbanjar, compramos muitas vezes para mostra aos amigos que temos o último lançamento da moda. E a isso chamamos sustentabilidade.
Sinceramente, eu não estou incluída nesse contexto, mesmo antes e muito antes de ler esse desafio já o faço. Por exemplo, tenho algumas roupas básicas sociais e sapato, que fica reservada para quando sou convidada a algum evento. A mim não interessa se alguém acha que já viu àquela roupa, é um problema de cada um que observa. Acho e sempre achei que ter muita roupa é um pecado, ou melhor, desperdício, pois existem tantas pessoas que não possuem nem o básico. Enquanto outras não sabem nem o que possuem.
Acho que essa minha avaliação deve-se ao fato de que na minha adolescência e juventude,ter vivido período de vacas magras. Não tinha o suficiente como mandava o figurino. Talvez seja isso que me faz não seguir as tendências, mas não me atinge em nada. Modestamente poderia hoje, meu poder aquisitivo até permite, mas é uma questão de índole construída e não pretendo mudá-la. Afinal eu acho que não vale a pena, existem outros investimentos mais lucrativos.
Só para concluir, tenho um exemplo de uma moça que fazia faxina pra mim duas vezes por semana. Ela chegava à minha casa, mais parecia uma manequim. Nunca repetiu a sandália e nem a não roupa. Aconselhei-a poupar mais, ela não gostou. Resultado hoje não possui nada de sustentável, vive em dificuldades e ainda claro sofrendo por não poder manter o padrão de antes. Será que vale a pena? Fica a pergunta.
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